Estudar a linguagem da Arquitetura requer alguns conhecimentos específicos, daí a necessidade de pesquisas a diversos sites, livros e revistas da área.
Alguns textos básicos sobre Arquitetura e imagens ilustrativas pontuaram o conhecimento para a compreensão de conceitos e elementos da Arquitetura.
Info/Escola
O que é Arquitetura
Professor Lindomar
Desde os primórdios da humanidade as pessoas vêm construindo abrigos, casas e edifícios para diferentes funções em suas vidas, da necessidade de sobrevivência ao prazer de aliar tecnologia, utilidade e beleza numa construção. São aspectos como a “proteção” e “apropriação” de um determinado espaço que se complementam, formando uma espécie de reino da personalidade humana diante do mundo. É possível pensar na construção de uma casa como sendo a segunda pele de uma pessoa, tal como se diz do vestuário, em relação a função protetora. Em cada período histórico da nossa civilização a arte de construir foi se moldando aos hábitos e costumes próprios daqueles tempos e espaços, inclusive utilizando como base a matéria-prima disponível, e ainda, projetando sua construção de acordo com o relevo e o clima locais. Muitos desses trabalhos permanecem erguidos, nos permitindo explorar peculiaridades dos mais diversos povos. Grande parte dos antigos edifícios que permaneceram até hoje são monumentos funerários, templos, teatros e palácios. Neles encontra-se a importância de seus familiares, a grandiosidade de seus deuses, o poder dos seus reis ou o prazer de se produzir arte.
Etimologicamente o termo “arquitetura” vem da junção das palavras gregas “arché”, que significa "primeiro" ou "principal", e tékton, que possui o significado de "construção".
De forma ampla é possível definir a arquitetura como sendo uma intervenção no meio ambiente para satisfazer uma determinada expectativa, de forma a criar novos espaços, e com a intenção de se trabalhar com elementos estéticos. Pode-se também afirmar que a arquitetura é uma forma de arte visual, que pretende criar construções em um determinado espaço. O profissional que cria os projetos das construções é o “arquiteto”.
Atualmente para se produzir um projeto de arquitetura, existe uma série de regulamentações que não pode ser esquecida prioritariamente, mas há pessoas que, ainda hoje, constroem suas casas e/ou local de trabalho sem seguir determinadas formalidades, que na arquitetura é denominado “partido”.
O “partido” é a formalização de uma série de fatos que aponta para as condições e necessidades anteriores à produção arquitetônica. É preciso determinar a “técnica construtiva” que será utilizada, para decidir quais recursos materiais e humanos serão utilizados, até mesmo se haverá necessidade de uma mão-de-obra mais sofisticada, no caso de produção de um estilo mais rebuscado. As “condições físicas e topológicas” do local onde será feita a construção, precisam ser estudadas, assim como o “clima” da região. Não se pode deixar de fora do projeto arquitetônico os usos e costumes populares que envolvem os futuros moradores ou empreendedores, desta forma realizando o “programa das necessidades”. Por fim é essencial tornar o projeto “legal”, amparando-o por legislação específica, normas sociais, e/ou regras de convivências públicas.
Entre os elementos que compõem uma obra de arquitetura os alicerces e as estruturas são componentes fundamentais. O primeiro é formado por grandes pilares cravados no solo e sobre os quais um edifício se apóia, e o segundo, é uma espécie de esqueleto da obra, com seus alicerces, paredes, janelas, tetos, entre outros elementos.
No Brasil temos como ícone da nossa arquitetura Lúcio Costa e Oscar Niemeyer.
Fontes
COLL, César, TEBEROSKY, Ana. Aprendendo Arte. São Paulo: Ática, 2000.
LEMOS, Carlos A. C. O que é Arquitetura. São Paulo: Brasiliense, 2003.
GOITIA, Fernando Chueca. (Org.). História Geral da Arte: Arquiterura I. Espanha: Ed. Del Prado, 1995
A arquitetura significa construção, e refere-se à arte ou a técnica de projetar uma edificação ou um ambiente de uma construção. A arquitetura é a arte de projetar espaços organizados e criativos para abrigar os diferentes tipos de atividades humanas.
A arquitetura é a disposição das partes ou dos elementos que compõem os edifícios ou os espaços urbanos em geral.
A arquitetura é o conjunto dos princípios, normas, técnicas e materiais utilizados pelo arquiteto, para criar um espaço arquitetônico. O arquiteto é o profissional legalmente habilitado para o exercício da arquitetura.
Arquitetura é o conjunto das obras realizadas em cada país ou continente, criadas em diversas civilizações e em diversas épocas.
Arquitetura Grega
A arquitetura grega, famosa por suas grandes obras, alcançou seu máximo no governo de Péricles, sobretudo em Atenas. Os grandes nomes da arquitetura grega foram Ictínio e Calícrates, responsáveis pela construção de vários monumentos. Os templos eram as principais obras, construídos em pedra talhada, de tal modo ajustados que dispensavam argamassa. Suas colunas tinham três estilos arquitetônicos distintos pela forma e feitio das colunas e do capitel: o dórico, apresentando colunas de linhas rígidas e capitel liso, dos quais o mais famoso é o Partenon, em Atenas; o jônico, caracterizado pela leveza e elegância das colunas, visível no templo da deusa Niké, também em Atenas; e o corinto, com a parte superior (capitel) ornamentada em forma de folhas, encontrado no Templo de Apolo em Corinto, na atual Turquia.
O significado de Arquitetura está na categoria: Geral
ELEMENTOS DA ARQUITETURA
Arquitetura Grega
Elementos da Arquitetura
O Barroco no Brasil
Vindo pelas mãos dos colonizadores, principalmente portugueses, leigos e religiosos, o estilo Barroco chega ao Brasil no século XVIII, 100 anos depois de seu surgimento na Europa e permanece aproximadamente até as duas primeiras décadas do século XIX. Em território brasiliense o barroco sofre influências portuguesas, francesas, italianas e espanholas. Mestres portugueses por hora se uniam aos filhos de europeus nascidos no Brasil e seus descendentes caboclos e mulatos para realizar algumas belas obras do barroco brasileiro. O movimento barroco no Brasil tem seu ápice artístico a partir de 1760 com a variação do rococó do barroco mineiro.
Durante o século XVII a Igreja teve um importante papel como mecenas na arte colonial. Algumas ordens religiosas como beneditinos, carmelitas, franciscanos e jesuítas que começaram a se instalar no Brasil desde a metade do século XVI desenvolveram uma arquitetura religiosa sóbria e muitas vezes monumental, traços de gosto europeu eram reconhecidas nas fachas e plantas retilíneas de grande simplicidade ornamental.
O barroco acaba se proliferando sobretudo no nordeste e no sudeste do país, porém a primeira manifestação de traços barrocos, se bem que misturado ao estilo gótico e românico pode ser encontrada na arte missionária dos Sete Povos das Missões na região da Bacia da Prata no Rio Grande do Sul, nessa região durante um século e meio padres missionários ensinaram índios guaranis uma síntese artística com base em modelos europeus.
Em meados do século XVII, manifestações de espírito barroco são vistas no resto do país, presentes em fachadas e frontões. Construída entre 1633 e 1691 a Igreja e Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro, possuí talha barroca dourada em ouro em estilo português.Os motivos folheares, a multidão de anjinhos e pássaros, a figura dinâmica da Virgem no retábulo-mor, projetam um ambiente barroco no interior de uma arquitetura clássica.
Interior da igreja e mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro, 1717. Fonte: http://bit.ly/8zkdHq
Na Bahia no fim do século XVII é introduzido na decoração o barroco, um exemplo disso é antiga Igreja dos Jesuítas, hoje a Igreja Catedral Basílica. Os traços barrocos podem ser identificados na capela-mor, com seus cachos de uva, pássaros, flores tropicais e anjos-meninos.
Entre 1700 e 1730 uma onda de pedra esculpida tende a se disseminar nas fachadas, como imitação dos retábulos, seguindo a lógica da ornamentação barroca. Somente em 1703 que o dinamismo do estilo conquista o exterior de um edifício, na Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência em Salvador. É importante observar que o barroco brasileiro apresenta uma exceção, mesmo em um período grandioso das igrejas barrocas nacionais, essas são marcadas por um contraste entre a relativa simplicidade entre seus exteriores e suas ricas decorações internas, sinalizando com isso, a virtude de recolhimento, requisito necessário à alma cristã. Nesses primeiros 30 anos é difundido no Brasil o estilo “nacional português”, sem variações significativas na várias regiões.
Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência em Salvador, 1703. Fonte:http://bit.ly/9LJi2B
Por meados de 1730 e 1760 surge um novo ciclo de desenvolvimento do barroco, com predomínio do estilo português chamado de Joanino, cuja origem é fundada no barroco romano. A construção de naves poligonais e plantas em elipses entrelaçadas são de origem desse período. Destacam-se também nesse período os artistas portugueses Manuel de Brito e Francisco Xavier de Brito.Na metade do século XVIII, ocorre uma certa estagnação no Nordeste das construções barrocas devido a perda de força econômica e política. O foco do estilo barroco volta-se para o Rio de Janeiro, transformada em capital da colônia em 1763 e a Região de Minas Gerais cujo desenvolvimento foi forçado pela descoberta de minas de ouro e diamante. Por isso que é exatamente nesse período que os maiores artistas barrocos brasileiros se revelam, o Mestre Valentim no Rio de Janeiro, e Antônio Francisco Lisboa o Aleijadinho na região de Ouro Preto e seu entorno.
Santuário do Bom Jesus dos Matozinhos, em Congonhas - MG, obra de Aleijadinho, 1805. Fonte:http://flic.kr/p/4z34qk
A partir de 1760 é na suavidade do estilo rococó mineiro que se encontra a linha mais autentica do barroco brasileiro. A extrema religiosidade popular é expressada em um espírito contido e elegante, constituindo templos de arquitetura em planos circulares e de índole harmônica e dinâmica, com uma bela decoração em pedra-sabão. As construções monumentais são então substituídas por templos mais intimistas, de proporções singelas e decoração requintada, voltados para a espiritualidade e condições materiais da região.
Chafariz da Pirâmide do Mestre Valentim, no Rio de Janeiro, 1779. Fonte: http://flic.kr/p/7eatG8
Na Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis da Penitência encontra-se um dos mais bons exemplos bem-acabados desse estilo, cujo risco, frontispício, retábulos laterais, altar-mor, púlpitos e lavabo são de autoria de Aleijadinho. Na teto da nave encontra-se uma pintura ilusionista de um dos mais talentosos pintores barrocos Manoel da Costa Athaide. Outra grande parceria desses dois artistas está representado aos Passos da Paixão de Cristo para o Santuário do Bom Jesus dos Matozinhos em Congonhas do Campo, e é nesse mesmo santuário que Aleijadinho deixa o testemunho mais adorável de seu talento artístico, seus 12 profetas de pedra-sabão. O Rio de Janeiro se diferencia das outras cidades pela tendência à sobriedade neoclássica. Um exemplo disso é Passeio Público e o Chafariz da Pirâmide do Mestre Valentim onde é possível encontrar um equilíbrio entre os postulados racionais do classicismo, a dinâmica do barro e um certo sentido de delicadeza da estética rococó, formulam o espírito da arte carioca da segunda metade do século XVIII.
O rococó é um estilo artístico, ele buscava se contrapor ao estilo do barroco
O rococó é um estilo artístico que começou na Europa no século XVIII, ele buscava se contrapor ao estilo do barroco. Esse estilo chegou a América do Sul em meados do século XVIII e, no Brasil, teve grande representação por meio do mobiliário desse período e ficou conhecido como estilo Dom João V. É possível encontra características dessa escola artística na pintura, na escrita, na escultura e também na arquitetura. Esse tipo de arquitetura no Brasil pode ser vista em cidades como Minas Gerais, Belém e Pernambuco. No Brasil a arquitetura rococó teve muita influência religiosa e isso pode ser percebido nas igrejas brasileiras do século XVIII. Podemos citar Aleijadinho como um dos principais artistas do rococó brasileiro. Aleijadinho é mais conhecido por suas obras no estilo barroco, mas ele também deixou obras do rococó. Algumas dessas esculturas podem ser encontradas em Minas Gerais, na cidade de Ouro Preto onde Aleijadinho (que tinha esse nome por possuir lepra e fazer as suas obras com as ferramentas amarradas nas mãos) morava e deixou maior parte de suas obras. A arquitetura rococó ao redor do mundo não era influenciada por temas religiosos, apenas no Brasil esse fenômeno aconteceu. O rococó se caracteriza por: • Uso de cores luminosas e suaves, em contraposição às cores fortes do Barroco; • Estilo artístico marcado pelo uso de linhas leves, sutis e delicadas; • Utilização de linhas curvas; • Uso de temas da natureza: pássaros, flores delicadas, plantas, rochas, cascatas de águas; • Uso de temas relacionados a vida cotidiana e relações humanas; • Representação da vida profana da aristocracia; • Arte sem influência de temas religiosos (exceção do Brasil); • Busca refletir o que é refinado, agradável, sensual e exótico.
O país saído do Segundo Império, com o advento da República em 1889, era dominado pelas oligarquias regionais e economicamente sustentado pela monocultura cafeeira. Durante a primeira República, as rigorosas políticas monetaristas controle fiscal e de liberação econômica estavam sob a tutela do capital financeiro inglês.
Desenvolvimentista e conservador ao mesmo tempo, o projeto de modernização brasileiro iniciadonos anos 30 perdurou até o final dos anos 70, quando chegou o fim do regime militar.
A arquitetura moderna brasileira seria, sem dúvida, um dos seus mais eficientes emblemas, trazida a campo exatamente no momento em que a revolução modernizadora e centralizadora agoniza em direção ao autoritarismo da ditadura Vargas(1937), modernizador também ele próprio. Inserida numa sociedade que, no intervalo de poucas décadas , teria que saltar de organização escravocrata e arcaica a Estado moderno, centralizado autoritário, a arquitetura moderna cumpriria uma função ideológica fundamental.
Postado por: Emanuela Tassoniero
Ditadura na Arquitetura
A arquitetura brasileira é famosa, mas esta fama repousa sobre o trabalho de poucos arquitetos – Oscar Niemeyer, Lúcio Costa, Afonso Reidy e um dois outros, cujos projetos foram construídos em meados do século XX.
De fato, desenvolver uma crítica da arquitetura moderna no Brasil seria impensável- pois desde o princípio, tal modernismo havia sido reconhecido como genuinamente nacional. Como Banham afirmou em 1962, o Brasil foi o primeiro país a criar “um estilo nacional de arquitetura moderna”. A partir de 1920, o desenvolvimento do modernismo em todas as expressões artísticas brasileiras ficou ligado à busca de um projeto nacional; qualquer crítica a este projeto era encarada como uma traição à pátria. A censura e o medo das perseguições puseram fim a crítica, e muitos arquitetos alinhados com a esquerda foram exilados ( como o próprio Oscar Niemeyer) ou forçados a parar de trabalhar.
Uma das principais características desta obra é a diferença nas plantas do piso térreo e do piso superior, que garante um claro efeito estético. A simplicidade de concepção e a coerência funcional correspondem à analogia entre edifício e máquina, tão característica do movimento funcionalista. Attilio Corrêa Lima, Estação de Hidroavões, Aeroporto Santos Dumont, Rio de Janeiro, 1940. Imagem:http://www.educatorium.com/images/projetos_referenciais
Postado por: Emanuela Tassoniero
Brasília
Transformadora, mas ao mesm tempo já contida no sertão, a Brasília rosiana repõe dimensões arcaicas e violentas da modernização brasileira. Essa percepção está muito próxi ma ao diagnóstico da situação brasileira feito por Mário Pedrosa a propósito do projeto de Lúcio Costa para o Plano Piloto de Brasília.
A característica fundamental do projeto está nessa coordenação por escalas de uso, princípio que não responde apenas à densidade populacional, ou ao princípio abstrato da malha ortogonal , definido pela rede viária, mas ao tratamento da paisagem através do emprego daquilo que o chama de “técnicas rodoviárias e paisagísticas”. Este tratamento consiste, por um lado em garantir uma condição de vida mais reservada no interior das superquadras, que ficariam protegidas por densas cintas de árvores em seu perímetro. E por outro, em expor como imagem da cidade apenas sua parte civíca.
Lucio Costa. Plano Piloto, Brasília, 1957. O partido do projeto baseou-se no cruzamento de dois eixos, "nasceu do gesto primário de quem assinala um lugar ou toma posse: dois eixos cruzando-se em ângulo reto, ou seja, o próprio sinal da cruz. Fonte:http://www.arkitekturbo.arq.br/brasilia.gif
Imagem Aérea de Brasilia. Fonte: Google Earth
Postado por: Emanuela Tassoniero
Principais Obras Modernas Brasileiras
O início dos anos 30 marca ainda o conflito entre o neo-colonial, estilo dominante na arquitetura brasileira da época e o Modernismo, que começava a ganhar espaço. Deve-se observar que o Estado teve papel importante no processo de afirmação do Modernismo brasileiro, enquanto patrocinador de obras que buscaram o Modernismo como símbolo de modernidade e progresso.
A primeira obra moderna de repercussão nacional foi o prédio do Ministério da Educação e Saúde – MES, cujo projeto foi realizado em 1936, no governo de Getúlio Vargas, por uma equipe de arquitetos: Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Carlos Leão, Jorge Moreira e Ernani Vasconcelos, liderados por Lúcio Costa.
O projeto foi orientado pelo próprio Le Corbusier que veio ao Brasil a convite do então Ministro da Educação e Saúde, Gustavo Capanema. O edifício foi concebido de acordo com os fundamentos modernistas e tornou-se um marco para a arquitetura brasileira, representando a ruptura com as formas arquitetônicas ornamentadas com motivos historicistas e simbólicos que eram usadas na época.
A imagem de modernidade e progresso que o prédio do Ministério representava estava também vinculada aos ideais de inovação pretendidos pelo Estado Novo – regime político autoritário que vigorou até 1945, quando da deposição de Vargas.
O Edifício Copan é a maior estrutura de concreto armado do país, com cerca de 400 quilos por metro cúbico construído. O prédio tem 115 metros de altura, 120 mil metros quadrados de área construída, 1.160 apartamentos que variam de 26 a 350 metros quadrados e cerca de 5 mil moradores distribuídos em seis blocos. No térreo distribuem-se cerca de 70 lojas.
Sua arquitetura em forma de “S” constituiu-se em um símbolo da cidade moderna. Não só pelas linhas arrojadas, mas também pelas outras características do edifício: concreto armado, altura, ocupação mista de apartamentos e comércio e alta densidade populacional.
Esse trabalho foi constituído a partir de uma pesquisa de campo feita na Avenida Paulista, focando em edifícios que foram construídos nas décadas de 50 e 60, época essa marcada pelo auge do movimento moderno, este que vêem a influenciar tais construções. A pesquisa foi direcionada para a leitura e a interpretação dos elementos visuais, estes que foram transferidos para o processo de criação.
Edifícios de escritórios com elevador são parte significativa da arquitetura moderna brasileira no período 1936-45. O exemplo mais conhecido de projeto dentro de lote é a sede da Associação Brasileira de Imprensa dos irmãos Roberto, concluída em 1938 e executada conforme revisão de projeto de concurso julgado em junho de 1936. Em lote, os Roberto firmam ainda as sedes do Instituto dos Industriários (1938-40), da Liga Brasileira contra a Tuberculose (1937-44) e do Instituto de Resseguros do Brasil (1941-44), na mesma Esplanada do Castelo, no centro do Rio; Affonso Reidy e Jorge Moreira são os co-autores do projeto para a sede da Viação Férrea do Rio Grande do Sul (1944), em Porto Alegre.
O exemplo mais conhecido de projeto ocupando quadra inteira fica também no Castelo e é o Ministério de Educação de Lucio Costa, Oscar Niemeyer, Reidy, Carlos Leão, Moreira & Ernani Vasconcellos, construído entre 1937 e 1945. Seu partido se estabelece em dezembro de 1936, após um processo que inclui um concurso anulado, um primeiro projeto da equipe brasileira desenvolvido entre março e maio de 1936 e um esboço de Le Corbusier feito em dois dias de agosto, alternativa para o seu estudo de julho para outro terreno à Beira-Mar. Também ocupariam quadra inteira o Palácio da Prefeitura do Rio de Janeiro (1938) de Reidy, bem como uma variante esboçada dentro do seu Plano de Urbanização da Esplanada do Castelo (1939), além da sede da Viação Férrea do Rio Grande do Sul (1945) em outro terreno, central; Moreira é o autor da sede da Fundação Getulio Vargas (1945), que ficaria fronteira ao Ministério.
Associação de Imprensa e Instituto dos Industriários são edifícios com partido em L e um só núcleo de elevadores construídos em lotes de esquina. No último, as lajes tem balanço mínimo e os pilares ficam aparentes nas fachadas. As naves periféricas da base recessiva são galerias públicas, limitadas dentro pelas cabeças de pilares e pelas esquadrias de lojas e sobrelojas. O arranjo reaparece na Liga contra a Tuberculose, em lote retangular de três testadas, mas se reduz à testada principal, onde se alia ao vestíbulo aberto, entre a loja de esquina e a portaria fechada que resguarda o núcleo de elevadores. A base é porosa e recessiva. Nas outras testadas, marquises prolongam o balanço e protegem as vitrinas de lojas e sobrelojas no alinhamento, agora à frente das colunatas periféricas. O poço de ventilação na divisa arma o partido em U
Postado por: Renan Boniatti
Arquitetura Moderna – São Paulo
Em São Paulo podemos ver diversos edifícios importantes e conhecidos.
A disseminação da arquitetura moderna em São Paulo apresenta peculiaridades em relação ao restante do país. A iniciativa pioneira de Gregori Warchavchik na década de 20 não logrou reverter o marasmo arquitetônico vigente na cidade, nas décadas de 1930 e 1940. De fato, apesar de São Paulo iniciar nestes anos seu processo de metropolização, atravessando um surto de urbanização acelerada e de intensa atividade de construção, não é possível demarcar claramente a implantação de uma nova forma de conceber e projetar a arquitetura. Parece mais adequado, assim, considerar os processos em curso que convergem para a arquitetura moderna, consubstanciados em trajetórias individuais significativas. São destacadas algumas destas trajetórias, enfatizando a importância de sua atuação num meio profissional absolutamente conservador e acomodado.Destaca-se também a importância da fundação do IABSP, em 1943, na aglutinação desses arquitetos em um grupo coeso compartilhando princípios e objetivos comuns, a respaldar eventuais iniciativas de renovação no campo da arquitetura.
Em São Paulo, entretanto, o processo ocorreu de maneira bem diversa. Chama a atenção, inicialmente, a ausência, no mercado paulistano de trabalho, de profissionais formados no Rio – ausência essa já patente desde o século passado; a única exceção será Abelardo de Souza, arquiteto carioca, formado pela ENBA em 1932, que em 1939 radicou-se em São Paulo e aqui desenvolveu sua obra.
O Museu de Arte Moderna de São Paulo funciona no parque mais tradicional da cidade, o Ibirapuera. O complexo foi projetado por Oscar Niemeyer, um dos principais expoentes da arquitetura moderna mundial, autor dos prédios de Brasília. Logo na entrada, é possível ver o Jardim das Esculturas, com trabalhos modernos e contemporâneos de artistas como o concretista Amílcar de Castro, que convivem em harmonia nos jardins de Burle Marx, responsável pelo paisagismo revolucionário da capital brasileira. A instituição fundada em 1948 foi o embrião da Bienal de São Paulo, uma das maiores do mundo. O acervo do MAM é composto por pinturas, esculturas, vídeos e até performances de artistas brasileiros contemporâneos como Sérgio Romagnolo e Arcangelo Ianelli. Fonte:http://www.splovesyou.com.br/arte/museus/mam.html
Postado por: Emanuela Tassoniero
Arquitetura Moderna- Porto Alegre
Os primeiros sintomas modernistas na arquitetura porto-alegrense foram percebidos no início dos anos trinta, em casas como de Manlio Agrifóglio (remanescente) e Osvaldo Coufal, que guarneciam a esquina formada pelas avenidas Guaíba e Flamengo, em Ipanema. Loteamento recém parcelado, passaria a servir como um laboratório para casas e chalets informais, experimentando as tendêncas do moderno “funcional” e art-déco, entre outras. Observados os projetos nos microfilmes, ambos de 1931, pode-se ter uma idéia original destas casas. Uma modernidade que consistia na restrição pragmática das formas dos elementos de arquitetura a sua solução construtiva, dentro dos limites que as alvenarias de tijolos e a curta experiência local com o concreto armado poderiam oferecer naquele momento. O uso de janelas “cantoneiras”, ao modo de Warchavchik, e de seus antecedentes racionalistas europeus, representavam incipientes tentativas de “desmaterialização” da arquitetura, de eliminação da massa construída através do uso de planos, uma “anorexia” arquitetônica que todo modernista perseguia. Sendo os telhados figurativos por excelência, as coberturas foram resolvidas sob a forma de terraços, que na casa Coufal lembrava o deck de um navio, com seus guarda-corpos executados em perfis horizontais. Esta forma de cobertura como contraponto horizontal ao volume da casa, aliada a composições assimétricas e uma disposição aparentemente “funcional” das aberturas, geravam um resultado formal muito próximo das imagens institucionais da modernidade racionalista. O ineditismo das formas foi obtido através do uso de matrizes geométricas mais ousadas, em especial das geratrizes de plantas com trechos semicirculares, presentes nos vértices de esquina das duas residências. A casa de Otávio de Souza, pouco posterior (1933), projeto de João Monteiro Netto, também na avenida Guaíba, apresenta soluções formais entre um moderno racionalista e um déco despojado de elementos decorativos. A exploração formal semicircular da planta é mais efetiva do que na casa Agrifóglio, sendo a forma cilíndrica resultante acentuada pelo balcão e marquise periféricos em balanço. Também do ano de 1933 é o projeto inicial do abrigo dos bondes, na Praça XV de Novembro, de autoria de Christiano de La Paix Gelbert. A configuração alongada, arrematada por um “torreão de forma elíptica que dá ao conjunto belo aspecto arquitetônico” , recebe um acréscimo pouco posterior, que lhe confere a forma definitivamente expressionista e aerodinâmica de um bumerangue .
Casa Mânlio Agrifólio em Ipanema. Perspectiva de projeto. PA (1931). Fonte: Arquitetura Moderna Em Porto Alegre.
Casa Osvaldo Coufal em Ipanema. Perspectiva de projeto (1931), PA. Fonte: Arquitetura Moderna Em Porto Alegre.
Postado por: Emanuela Tassoniero
Referências:
Arquitetura Moderna Brasileira. Editora Phaidon.
Luccas, Luís Henrique Haas. Arquitetura Moderna em Porto Alegre: Uma história recente.
Em Bauru, observamos os dados do Palácio das Cerejeiras - patrimônio cultural da cidade, um exemplo de arquitetura moderna e com projeto de um arquiteto que trabalhou com Oscar Niemeyer.
Proprietário: Prefeitura Municipal de Bauru Localização: Praça das Cerejeiras, 1-59, Altos da Cidade Área do Terreno: Não cadastrado Área Construída: 3874 m² Decreto: 9.888 de 19 de outubro de 2004 Processo: 18032/1996 Categoria: Prédio Público
Preservação: Fachadas frontal, laterais e posterior (paredes, portas, janelas originais de ferro, colunas e brises), pátios externos e jardins do entorno.
Histórico: O edifício constitui um marco referencial para a arquitetura da cidade apresentando características arquitetônicas o Movimento Moderno. O projeto, de 1953, é de autoria do arquiteto Zenon Lotufo (1911-1985). Arquiteto participou também de outros importantes projetos, como o do Parque Ibirapuera em São Paulo (1951), como parte da equipe de Oscar Niemeyer. A principal característica da obra de Lotufo ao longo de sua carreira, foi realmente a procura de uma arquitetura honesta, sincera e dotada de simplicidade visual, estrutural e espacial. O projeto foi executado parcialmente, não sendo construída a Câmara Municipal e o auditório, assim como as marquises, formas livres que iriam complementar a composição do conjunto. Houve também o acréscimo no terceiro andar, mas de maneira a não comprometer a totalidade da obra. As principais características da arquitetura moderna estão presentes no edifício, como: brises-soleils, os grandes panos de vidro, o uso de pilotis, a marquise de grande beleza marcando o acesso principal, e a planta livre, permitindo ambientes transparentes e flexíveis. A intenção do projeto foi alcançada, pois o espaço interno foi ocupado de maneiras diversas ao longo do tempo para atender as diferentes demandas da administração municipal.
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